Figura 1 – Noivos no ritual do Alambamento em cena da novela A Única Mulher

Fonte: Revista Áfricas e Africanidades

Desde tempos ancestrais, que algumas cerimônias matrimoniais são realizadas no continente africano, entre elas, o alambamento ou alembamento. Essa cerimônia tradicional que atravessa os tempos, mas também é impactada por ele, no geral, consistem nos encontros formais entre as famílias envolvidas no enlace. Após o noivo ser apresentado à família da noiva, são estipulados os dotes pelos familiares da nubente numa carta de pedido, que outrora tinha sua lista composta por vinhos, pulseiras de missangas, animais e panos africanos etc., mas que atualmente, tem o incremento de recursos monetários. Cumpridas as exigências feitas na carta, as famílias voltam a se reunir para  a sequência do casamento e a celebração segue com cantorias, danças e comidas.

A  prática comensal presente na cerimônia, consiste na tradição dos familiares da noiva cozinharem as comidas que serão servidas aos convidados. E são nessas cozinhas africanas,  que pratos como o Mbongo tchobi, um guisado camaronês, que tem no “Mbongo”, um pó extraído da casca de uma árvore nativa, o ingrediente primordial para confecção do molho ou em Angola, onde o Mufete, iguaria que tem como base peixe grelhado, feijão de óleo de palma, mandioca, banana pão, batata doce e farinha musseque, são preparados.

Figura 2 – Familiares da noiva conferindo a lista de pedidos

Fonte: Revista Áfricas e Africanidades

Em muitas comunidades africanas, o casamento em cartório ou religioso como conhecemos no Brasil, tem menos importância social do que a cerimônia do alambamento que dispensa registros legais, bastando o cumprimento dos costumes. Por fim, valer ressaltar que as cerimônias de alambamento, possuem peculiaridades nos diferentes países africanos, sobretudo, por causa da diversidade étnica existente no continente.

Saiba mais em:

BAPTISTA, Bleunio João. Práticas tradicionais em Angola: o alembamento em Luanda entre os anos 2000 a 2015. São Francisco do Conde, UNILAB, 2019.

SANTOS, Vilmária Bispo Dos. Representação Simbólica da Cerimônia de Casamento Tradicional Angolano. Revista África e Africanidades, Universidade Estadual de Santa Cruz, n. 23, p. 1-24, 2017.

Fotos: Revista África e Africanidades, Universidade Estadual de Santa Cruz, n. 23. Disponível < https://africaeafricanidades.online/edicao23.html> . Acesso em: 08-dezembro-2021.